Abro hoje no 2toques, uma coluna muito especial, um espaço dedicado inteiramente ao torcedor, onde poderá lembrar momentos marcantes de se time, vitórias ou derrotas ou qualquer momento especial que se relacione ao futebol, ao seu time, ao esporte das massas. Como o nosso lema é falar do futebol se clubismo, eu, vascaino abro a coluna com uma pequena crônica de uma flamenguista, de coração !
''Não consigo pensar outra forma de começar esse texto, se não falando o que é ser flamenguista pra mim. Meu avô, nordestino que morou a maior parte dos anos de sua vida no Rio de Janeiro, se apaixonou pelo Rubro-Negro carioca logo que se mudou pra cidade maravilhosa. Ele, um homem simples, sem estudo, mas com muita experiência de vida, nunca pôde ver seu time jogar no Maracanã, e eu posso apostar que essa foi uma das maiores tristezas da vida dele. Mesmo sem nunca ter pisado no estádio e ter presenciado o calor da torcida rubro-negra, que diga-se de passagem é a mais fielmente apaixonada pelo seu clube, o sr. Renato Amaral não deixou de transmitir seu amor, sua devoção e o seu orgulho de ser flamenguista aos seus 4 filhos.
Um dia, meu pai aos 8 anos de idade, resolveu virar botafoguense... chegou em casa, feliz e sorridente, orgulhoso de si mesmo e disse com toda autoridade que uma criança no auge dos seus 8 anos pode ter: "Pai, virei botafoguense!"; meu avô, sem dizer uma palavra, se dirigiu ao quarto em que o seu filho do meio dormia, colocou suas poucas roupas em uma mala, colocou na mão da criança e disse "na minha casa não entra botafoguense". Meu pai, desesperado, passou o dia trancado do lado de fora da casa, chorando como nunca e ao fim daquele dia histórico, meu avô abriu a porta de casa e a primeira frase que meu pai disse, mesmo sem querer dizê-la naquele momento, foi "PAI, SOU FLAMENGUISTA DE CORAÇÃO!". É claro que a atitude do pai do meu pai não foi a correta, e ela pode ter levado você a dizer "tá vendo? Flamenguista por opressão" ou "Bem coisa de flamenguista mesmo"... mas se você quiser, pergunte ao meu pai, que hoje tem 50 anos e entende muito mais de futebol do que quando era uma criança, qual é a coia que ele mais agradece ao meu avô. Você pode ter a certeza de que ele vai responder, sem hesitar "Ter me feito Flamenguista".
Anos depois, meu avô veio a falecer... durante um jogo do Flamengo, comemorando sua vitória. Poucos meses depois, Petkovic fez o histórico gol de falta aos 43 minutos do segundo tempo contra o Vasco da Gama, na final do Campeonato Carioca de 2001. E eu posso dizer de coração, que acho que se eu pudesse conversar com o meu avô e perguntar pra qual momento ele adiaria a sua ida, ele diria que gostaria de ter ficado vivo pra ver esse momento emocionante, que só os rubro-negros conseguem descrever como foi. Meu avô é só mais um exemplo dentre tantos outros de tantos flamenguistas pelo mundo. Ser flamenguista é ser assim: apaixonado, feliz, até um pouco louco mesmo, e principalmente, é não desistir e nem se arrepender de ter se tornado parte da maior torcida do planeta Terra, mesmo que a fase seja ruim. Isso me inspira a acreditar que a maré de azar um dia passa, e que um clube é feito por suas glórias e pelas suas superações em momentos difíceis.
Nós, 33 milhões de rubro negros espalhados pelo mundo, podemos até não ser apaixonados pelo time que defende o manto em certos momentos, mas não temos dúvida alguma de que somos apaixonados pelo Clube que rege todo esse time e toda essa nação. O Clube Flamengo é muito maior do que qualquer outra coisa, muito maior do que qualquer administração, do que qualquer técnico ou time. Nós somos assim, NÓS ACREDITAMOS MAIS QUE OS OUTROS, e isso faz a diferença. Enquanto todos os times jogam com 11, nós jogamos com 12... nós TEMOS que jogar com 12, essa é a nossa força! A massa rubro-negra, aliada às grandes vitórias e aos nossos grandes e eternos ídolos, é o que faz com que o Clube de Regatas do Flamengo seja o maior do mundo.''
Por: Renata Lavagnino
1 comentários:
O PRECURSOR DE TODOS OS MICOS
A história do Urubu já começou com um mico gigantesco. Oito mal-intencionados estavam navegando pela Baía de Guanabara em direção à praia do Flamengo pra fundar o clube, quando seu barco simplesmente naufragou, devido aos ventos para os quais não estavam preparados. Ficaram à deriva, se segurando nos restos do barco, até terem as vidas salvas por uma lancha que voltava da festa da Penha. Mas os sujeitos não aprenderam a lição e mesmo assim teimaram em fundar o Flamengo. Mal sabiam eles que esse era apenas o início de uma longa história de micos e vexames de toda ordem. Se tivessem consciência disso, teriam pensado duas vezes antes de insistir em criar uma instituição fadada ao fracasso, como esse episódio inicial prenunciou. Com um pouquinho mais de sorte o mundo teria se livrado da convivência com um clube dessa natureza.
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