Sabemos que o site é voltado amplamente para noticias de Flu, Fla e Lusa, entretanto, devo deixar um espaço para homenagear aquele que honrou o nosso país em outro esporte.
Hoje, um breve texto sobre os 18 anos sem Ayrton Senna, do Brasil sil sil sil...
O feriado de 1º de maio não é o mesmo de outros tempos. O Dia do Trabalho, que sempre foi de festa, de luta dos trabalhadores e forças sindicais, foi marcado por um dos episódios de maior comoção da história do Brasil. Isso porque, num dia como hoje, em 1994, na cidade italiana de Imola, província de Bolonha, Ayrton Senna encontrou a morte enquanto guiava sua Williams.
Com status de herói nacional, Ayrton era exemplo de brasileiro em um País sofrido e desacreditado. E foi com honras de chefe de Estado que o Brasil se despediu de seu ídolo tricampeão mundial de Fórmula 1 (1988, 1990 e 1991).
Ayrton Senna do Brasil eterno campeão!
Juntamente com pilotos como Emerson Fittipaldi (bicampeão) e Nelson Piquet, (tricampeão), Senna fez do Brasil a "pátria da velocidade", muito por conta de um futebol carente, que passou por um jejum de 24 anos sem vencer a Copa do Mundo.
Senna foi um exemplo de brasileiro que nos ensinou o que é trabalho, garra, patriotismo e que com determinação se pode superar qualquer obstáculo. Com certeza as manhãs de domingo ficaram vazias sem a presença do maior ídolo do esporte brasileiro e um dos maiores do mundo.
Você está pra sempre vivo em nossas lembranças...
Abaixo o reverendo da morte de Senna
Ayrton Senna, A glória que valeu a pena!
Reverendo Sabatini Lalli
Na sua primeira epístola aos Coríntios (9.24-25), Paulo faz uma comparação entre os atletas que corriam nos jogos ístmicos da antiga Grécia, em busca da vitória e do prêmio que esta lhes poderia assegurar, e a carreira cristã que, também, assegura vitória e prêmio ao que vence. A diferença, segundo Paulo, está no fato de o prêmio oferecido e alcançado nos jogos ístmicos, ser um prêmio corruptível, mas o Prêmio alcançado e obtido na carreira cristã é incorruptível! Paulo acentua o fato de o esforço do atleta nos jogos ístmicos - na dura preparação de dez meses de exercícios na busca de condicionamento físico que lhe pudesse assegurar a vitória e o prêmio tão cobiçado - ser um esforço de certo modo inútil, visto que o prêmio da vitória era um prêmio perecível, corruptível! O prêmio alcançado pelo cristão, entretanto, segundo Paulo, é um prêmio imperecível, incorruptível, porque tem a característica da eternidade e lhe é dado pelo Senhor da Glória!
NA antiga Roma, quando um general entrava triunfalmente na cidade, coberto de glória pelos feitos militares, ia em pé, na sua biga, um escravo que lhe sussurrava ao ouvido: "Memento homo, quia pulvis es, et in pulverem reverteris" (que significa: "cautela, homem, porque és pó, e em pó te tornarás"). Com esta frase, o antigo mundo pagão romano reconhecia e proclamava a fragilidade do homem e o caráter efêmero de sua glória, por mais retumbantes e extraordinários que fossem os seus feitos!
As Escrituras também (Sl 103.15-16; I Pe 1.24-25) nos oferecem um claro retrato da fragilidade humana, quando nos diz que "os dias do homem são como a erva e como a flor do campo", pois é assim que o homem floresce; do mesmo modo que a erva e a sua flor caem ao soprar do vento, assim também a vida e a glória do homem desaparecem sem deixar vestígios! Os feitos do homem, em todas as áreas de sua atividade - quer sejam feitos militares, políticos, econômicos ou esportivos - trazem consigo as marcas da precariedade humana, e a glória desses feitos, por mais brilhante que seja, é volátil, é passageira, é efêmera! O pior de tudo, segundo o apóstolo Pedro, é que o homem alienado de Deus envereda pelos descaminhos da injustiça, em busca do prêmio da maldade! (II Pe 2.4). Em sua carta aos Romanos, Paulo nos dá um retrato deste homem alienado de Deus. Diz ele: "Estão cheios de toda iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade, inveja, homicídio, contenda, engano e malignidade. São murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; são néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia" (Rm 1.29-31). Não há descrição mais apropriada do mundo em que vivemos!
No entanto, as Escrituras nos dizem que quando o homem saiu das mãos do Criador, não era assim, mas trazia em si, íntegra e perfeita, a imagem e semelhança de Deus. Por isso vivia em harmonia com o seu Criador, consigo mesmo, com o seu semelhante e com a natureza, incluindo todas as formas de vida, exercendo o seu domínio em equilíbrio, sem agressão e sem violência. É do homem nestas condições que o Salmo 8 fala, quando diz que "o homem foi feito pouco menor do que os anjos, e foi coroado de glória e de honra!"
Entretanto, com a queda do homem e sua alienação de Deus, a imagem de Deus nele se desfigurou e a morte passou a fazer parte integrante de sua experiência, pois a morte, segundo Paulo, "é o salário do pecado" (Rm 6.23). Esta realidade que alcança a todos os homens, sem exceção, até mesmo aqueles cujos feitos se revestem de heroísmo, não é irremediável porque Deus, pela Sua graça, providenciou um meio que pode restaurar Sua imagem no homem decaído: É a redenção de Cristo, que não é outra coisa se não a restauração da imagem de Deus no homem, restabelecendo a sua harmonia com Deus, consigo mesmo , com o seu próximo e com a natureza!
Ayrton Senna da Silva foi um atleta consumado e quase perfeito. Como os atletas dos antigos jogos ístmicos, ele também se exercitava constantemente para obter o melhor condicionamento físico possível para vencer nas pistas, nas mais eletrizantes competições! Sua coragem, sua obstinação e seu desempenho, na busca de vitórias, fizeram dele para o povo brasileiro, o símbolo de sua grandeza e de sua esperança, como herói nacional! A educação que recebeu no lar, a influência dos pais na formação do seu caráter, fez dele mais do que um grande atleta: fizeram dele um homem! Ele amava a família, amava a pátria e amava a velocidade. À família - ao pai e à mãe, particularmente - retribuiu com honra e alegria tudo quanto deles recebeu! À pátria, a cada vitória, empunhando a bandeira nacional, honrava, despertando o orgulho de um povo sofrido e marcado pela ação nefasta de governantes irresponsáveis! À velocidade, que exercia sobre ele um verdadeiro fascínio, pagou um tributo máximo: a própria vida!
Ao Ayrton Senna, pode-se aplicar a recomendação de Paulo, na sua segunda carta aos Coríntios (16.13), onde Paulo diz aos cristãos dessa cidade: "Andrízesthe!" isto é: "Portai-vos varonilmente", "portai-vos com hombridade!" esta recomendação adquire extrema importância, quando sabemos que a cidade de Corinto era tão corrompida, ao ponto de se criar um verbo que expressava esta corrupção: É o verbo "Korinthianízen" (que significa: viver de forma dissoluta, à maneira de Corinto). Era nesse meio que o cristão deveria viver e comportar-se varonilmente, comportar-se com hombridade! O verbo "andrízesthe", forma imperativa do verboandrízomai - e que significa "portar-se varonilmente" - deriva-se do substantivo "anér, andrós" que traduz a ideia de homem, acentuando ocaráter moral de sua natureza. Para viver com hombridade, portanto de maneira vitoriosa, é preciso nascer de novo e ser gerado em Cristo! Nas muitas entrevistas que Ayrton deu à imprensa, ele afirmou sua fé em Deus que, para ele, não era apenas uma ideia, mas uma realidade que governava sua vida. Os princípios que ele cultivou e aos quais se manteve fiel, fizeram dele um homem na verdadeira acepção da palavra: Portou-se varonilmente, portou-se com hombridade e, por isso, foi o que foi!
Por esta razão, além das inúmeras vitórias e prêmios obtidos nas pistas - que fizeram dele uma estrela de primeira grandeza no automobilismo - vitórias e prêmios perecíveis, e corruptíveis, por maiores que tenham sido, no dizer de Paulo, o Ayrton recebeu do seu Senhor o prêmio dos prêmios: A coroa de glórias que a graça do Senhor Jesus certamente lhe assegurou! Sua irmã Viviane, que convivia com ele, deu o seu testemunho, lendo as seguintes palavras de Paulo: "Pois estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem a potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8.38-39). Esta foi a glória permanente, a glória incorruptível que o Ayrton também recebeu! A glória que valeu a pena!
São Paulo, maio de 1994.
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