quinta-feira, 25 de agosto de 2011

CELEBRANDO O ADVENTO DO PROFETA


De Santos x Fluminense, 24 de agosto de 2011, jogo adiado pela oitava rodada do Campeonato Brasileiro, há alguns poucos comentários a fazer. Infelizmente não vi o jogo, apenas pude ouvir o segundo tempo. Minha impressão foi positiva, por um lado; acredito que o time demonstrou fôlego e foi superior ao Santos na etapa complementar, apesar do resultado adverso de derrota por 2 x 1. Porém, segue o calvário da defesa - que alguns acham ser suficiente para os próximos seis anos, o que particularmente considero bastante discutível -, e o time segue tendo maus resultados fora de casa. O destino da campanha deste ano continua nebuloso, com maiores probabilidades aparentes de o Fluminense ser apenas coadjuvante na disputa.
Atente-se também para a fila formada pelos jogadores do Fluminense para cumprimentar Muricy Ramalho... Como torcedor, eu gostaria de estar escrevendo aqui que o Tricolor finalmente conseguiu uma 'vingança' contra o ex-treinador, que criticou o clube aos quatro ventos, de maneira um tanto quanto desonesta e traiçoeira, uma vez que não possuía argumentos para proteger a imagem própria que tratou de arranhar; porém, sou obrigado a, mais do que registrar uma derrota, mencionar que os atletas que vestem o manto do clube foram, em fila e diante de toda a torcida, cumprimentá-lo. Um gesto de amizade, de afeto? Tudo bem. Apenas fazê-lo diante de toda a torcida, envergando o uniforme pó-de-arroz, é um gesto com um significado simbólico indesejável, como a fazer parecer que ele esteve certo em ter dito tudo aquilo, ou reduzir a importância da traição cometida contra o pavilhão. Algo que deveria ter sido evitado. Que fazer...
Deixando isso de lado, passemos ao principal objetivo do post. No dia anterior à partida, faria aniversário uma das lendas da dramaturgia, do jornalismo e, sobretudo, da galeria de ilustres torcedores do Fluminense. Estamos falando, naturalmente, do nascido na Recife de 1912, 'naturalizado carioca da gema' em 1916, Nelson Falcão Rodrigues, mais conhecido como Nelson Rodrigues, o Profeta Tricolor.
Repórter policial, foi na dramaturgia que atingiu seu maior sucesso, realizando peças memoráveis - em boa parte por serem polêmicas, já que muitas vezes foram taxadas de obscenas e imorais. Em 1982, começou a escrever crônicas esportivas, pelo que esbanjou toda a sua paixão pelo esporte, mais ainda pelo grandioso centenário clube de Álvaro Chaves, 51; criou personagens que ficaram marcados na 'mitologia' do futebol, como o Gravatinha e o Sobrenatural de Almeida, nessas mesmas crônicas, até hoje idolatradas pelos amantes do charme do futebol carioca.
É a esse grande poeta que, ainda em tempo - como sempre estaremos ao falar de lendas -, rendemos homenagem hoje. E nada mais justo que encerrar esta singela ode ao Profeta Tricolor com dois dos seus vaticínios mais retumbantes e legítimos:

' O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade. Tudo pode passar... Só o Tricolor não passará jamais.

"Se quereis saber o futuro do Fluminense, olhai para o seu passado. A história tricolor traduz a predestinação para a glória."

Pois, como ele mesmo diria, 'a humildade acaba aqui', e 'eu vos digo que o melhor time é o Fluminense. E podem me dizer que os fatos provam o contrário, que eu vos respondo: pior para os fatos!'

0 comentários:

Postar um comentário